Certamente você já conhece o que é o coworking, certo? E coliving, por acaso você já ouviu falar? Esta tendência vem ganhando cada vez mais espaço e chamando a atenção de diversos públicos, principalmente entre jovens que estão se aventurando em grandes centros e os nômades digitais.
O modelo de economia compartilhada já estava emergindo antes mesmo da pandemia, mas agora, vem ganhando mais força. Junto com os coworkings — espaços compartilhados de trabalho já consolidados em nossa sociedade — o coliving também vem se consolidando, sobretudo pelos seus fortes valores basilares, senso de comunidade e de sustentabilidade.
Acompanhe com a gente neste artigo o que é coliving, como ele funciona, prós e contras do coliving e se esta proposta se encaixa com o seu perfil. Vamos lá?
Conceito de coliving
Antes de mais nada, vale dizer que apesar de semelhante em alguns aspectos, um coliving não é uma república, um simples apartamento compartilhado ou hospedagem de aluguel.
Coliving é uma alternativa aos métodos já tradicionais de compartilhamento de espaços, tendo sua origem por volta da década de 70, na Dinamarca.
Basicamente, o coliving é uma forma de morada colaborativa, ou seja, embora você tenha o seu espaço privativo de dormitório, outros ambientes de uso comum são compartilhados, tais como cozinha, lavanderia e salas.
O que caracteriza um coliving, além dos espaços compartilhados, são os princípios que o permeiam. Aqui, pessoas compartilham de valores em comum e que se sustentam sobre três pilares: sustentabilidade, integração e colaboração.
Coliving x coworking
Se por um lado o coliving é voltado mais para o conceito de moradia compartilhada, o coworking é o ambiente de trabalho compartilhado. Em ambos os casos você possui seu ‘próprio espaço’, podendo inclusive usufruir de ambientes privativos, mas compartilha de áreas comuns.
No entanto, embora coliving e coworking não sejam a mesma coisa, nada impede que ambos existam em harmonia no mesmo local. Com as tendências de trabalhos remotos e híbridos, está cada vez mais comum encontrar, dentro de colivings, coworkings para os residentes.
Como funciona um coliving
Assim como em qualquer moradia, um coliving possui regras de convivência. Estas condutas não servem para limitar a independência de seus moradores, mas sim, para favorecer a harmonia entre os que ali vivem.
Diferentemente de uma república, onde você geralmente precisa conhecer algum dos moradores com antecedência, auxiliar na mobília do espaço e dividir as contas entre os outros, o coliving já possui o espaço totalmente pronto para morada e você só precisa buscar uma administradora de coliving para dar início ao processo de mudança. Em um coliving, geralmente é definido uma taxa única para cada morador, o que simplifica e muito a gestão de custos.
Ao entrar em um coliving você será apresentado às regras de convivência, sabendo com clareza suas obrigações no espaço — lembre-se que é um conceito de compartilhamento e integração — e, claro, apresentado também aos seus novos companheiros de espaço.
Vantagens e desvantagens do coliving
Como toda forma de morar e trabalhar, o coliving também apresenta seus prós e contras. É necessário avaliar esses pontos com atenção pois isto ajuda a definir se o coliving é uma alternativa a ser considerada para você (ou não).
Vantagens
Logo de cara, uma das principais vantagens do modelo coliving é a redução drástica nos custos de moradia. Ora, se você compartilha da maioria dos espaços, é natural que custos gerais sejam igualmente divididos entre os demais residentes.
Além disso, com a possibilidade de novas conexões você certamente será apresentado a oportunidades que não teria se estivesse morando sozinho.
Somado a isto, temos a flexibilização dos termos de moradia. Em moradas tradicionais, usualmente os contratos duram, no mínimo, 12 meses. Em um coliving, você tem maior flexibilidade para entrar e sair, com prazos de contratos mais curtos.
Falando em morada, o coliving geralmente é posicionado em regiões mais centralizadas e altamente requisitadas, o que torna o coliving uma vantagem competitiva para quem quer estar bem alocado em uma cidade.
Desvantagens
Se você é uma pessoa mais introvertida, certamente já se deu conta de que uma das desvantagens do coliving é justamente a falta de privacidade. Eu quero dizer, não que você compartilhará seu quarto ou chuveiro com pessoas diferentes ao mesmo tempo, mas, às vezes, preferimos momentos mais íntimos e descontraídos.
Em um coliving, você está constantemente rodeado por pessoas diferentes nos espaços compartilhados, o que leva a uma segunda desvantagem: o senso de segurança. É natural ficarmos desconfortáveis em ambientes com um punhado de desconhecidos, temerosos por nossa própria segurança e de nossos bens.
Para evitar isto, vale estudar cada coliving, internalizar seus princípios e praticar diariamente o exercício de viver em comunidade.
Conclusão
O coliving é uma alternativa aos tradicionais meios de viver, morar, trabalhar e socializar. Através do compartilhamento de espaços e tarefas, cria-se uma harmonia entre os moradores de um coliving, além de claro, estimular um estilo de vida mais sustentável.
Usualmente pessoas mais jovens estão mais abertas a estilos de vida alternativos. De certa forma os jovens, normalmente, possuem uma vida tumultuada com o início da vida adulta, e, poder compartilhar espaços pode ser uma alternativa para dividir custos e responsabilidades.
Por outro lado, nada impede que o coliving seja explorado por pessoas de outras idades e realidades de vida, sendo, inclusive, explorado por pessoas da terceira idade que estão buscando um espaço para relaxar e confraternizar.
No Brasil, o movimento coliving ainda é incipiente, mas, apesar disto, é possível encontrar opções de compartilhamento de ambientes, sobretudo de trabalho, em coworkings.